quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Não são elxs que tem que mudar, o preconceito é que tem que acabar


Esses dias eu recomendei o filme 'Ma vie en rose' para um amigo assistir, e ele acabou vendo hoje. Pra quem não sabe o filme conta a história de Ludovic, um garotinho que se vê como uma menina e, é claro, acaba sendo vitima de preconceito por causa disso. Não vou entrar em muitos detalhes a respeito do filme para não dar spoilers. Recomendo que assitam, não percam essa oportunidade porque é uma bela obra.

Bom, eu indiquei esse filme para o meu amigo para ver se ele abria mais a cabeça, sabe. Na semana passada nós estávamos conversando e ele me contou que há algum tempo deu uns conselhos para um cara lá da faculdade, um cara que, nas palavras do meu amigo, era bastante "afetado". A partir daí vi que ele tinha uma visão bastante preconceituosa quanto a pessoas afeminadas. Aí ele me contou que deu uns toques pra esse tal carinha, pediu que ele fosse mais sutil em público, ou seja, menos afeminado. O que o meu amigo não tinha percebido ( espero que agora ela tenha aprendido ) é que esse carinha o qual ele deu as "dicas de comportamento" é o que é, e não é ele quem tem que mudar, nós é que temos que aceitá-lo e respeitá-lo. Eu não culpo por completo esse meu amigo pela sua atitude. Ele também é vitima dessa sociedade repressora e cheia de padrões. Porém, espero realmente ter mudado ( ou estar mudando ) sua visão quanto a isso.

Sabe um exemplo de um caso muito parecido com o do personagem Ludovic? Já ouviram falar na Shiloh, filha de Angelina Jolie e Brad Pitt? Pois é, a primogênita do casal não gosta de se vestir como mulher, nem de ter cabelos grandes. Há um bom tempo ela desfila por ai com roupas bem masculinas, assim como seu corte de cabelo também (se bem que pra mim cabelo curto não é sinônimo de masculinidade ). Pra fechar o conjunto, Shiloh prefere que as pessoas se refiram a ela como Shax. E sabe o que os pais dela fazem pra evitar que isso aconteça? NADA! Angelina e Brad são um exemplo de pais a ser seguido. Eles respeitam e apoiam as decisões da filha. Aliás, o casal mais famoso do mundo declarou há pouco tempo que só se casará quando todos tiverem esse direito. Não entendeu? Eles só vão selar um compromisso de casamento quando os gays também puderem fazer o mesmo em todos os estados de seu país. O casal é um dos grandes defensores das causas gay em Holliwoody e são um exemplo a ser seguido.

Ainda no caso da Shiloh, essa semana eu estava conversando com uma grande amiga minha e mostrei pra ela o caso da filha do Jolie-Pitt ( o casal ). Essa amiga então me declarou que ja teve uma fase andrógina/masculina quando criança. Ela vestia roupas meio masculinas e saia por ai se apresentando com outro nome, que não me lembro agora ( sequelado ). Isso pra ela foi uma fase e nada mais. Talvez uma coisa de libertação, quem sabe ela sentia todo o preconceito que há com as mulheres e quis ser homem pra saber como isso acontecia da parte que é o repressor, né? Nem ela mesma sabe a razão. Mas passou. Ela não é lésbica, porém isso não quer dizer que pode ser uma fase com todo mundo. A pequena Shiloh, ou melhor, Shax ( como ela gosta de ser chamada ) pode ou não ser lésbica. Mas acho que isso não preocupa  nem seus pais muito menos a  gente.

Outro filme muito bom que vi também essa semana se chama 'Transamerica'. Na história Bree Osbourne junta o que pode de dinheiro para fazer a cirurgia de mudança de sexo e assim tornar-se uma mulher por completo. No decorrer da história Bree descobre que tem um filho meio problemático, mas isso não a faz desistir de sue objetivo de vida. Outro filme que recomendo bastante.

A questão é que existem diversas pessoas assim por ai, pessoas que nascem fisicamente com um determinado sexo mas que na verdade é do sexo oposto, entende? No caso de Bree, a personagem do filme, ela é uma mulher com corpo de homem. E o caso de Shiloh pode ser o contrário. Ela pode ser um homem com o corpo de mulher. Então, pode até ser meio clichê o que vou escrever agora, mas é assim mesmo, temos que respeitar o que cada um é sem reprimi-lo. Sempre vai ter gente que vai dizer que isso não é normal e todo aquele discurso preconceituoso que nós ja conhecemos de cor. Cabe a nós tentar reverter a situação e mostrar que não são eles que devem mudar, e sim a gente. 

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