Nessas duas ultimas semanas eu fiquei meio que afastado da internet. Isso porque eu estava saindo bastante, vendo uns amigos, e também tava um pouco de saco cheio de tudo, sabe. Ai nem dava muita importância pro mundo da internet. Só que mesmo sem estar muito por dentro do que estava rolando na rede eu acabei me deparando com algumas coisinhas ( que de pequena importância não tem nada ) que me deixaram levemente ( só que ao contrário ) enjoado, quase vomitando no meu lindo notebook, dessa vez envolvendo a homofobia.
Primeiro eu dei de cara com um anúncio do Instituto Pró-vida de Pernambuco, anúncio esse publicado em um jornal de grande circulação na cidade de Recife onde o mesmo citava a pedofilia, a prostituição, a exploração sexual de menores ( que também é prostituição, né ) e o homossexualISMO ( isso mesmo, com 'ismo' que é pra dar a entender que é uma doença ) e dizia que "Pernambuco não os queria". Eu acho tremenda ignorância hoje em dia as pessoas ainda dizerem que a homossexualidade é uma doença, mas isso não me surpreende vindo desse tal instituto feito por evangélicos conservadores. E pior ainda é comparar isso à pedofilia e ao turismo sexual, como se isso fosse exclusivamente uma prática homossexual. Ah, por favor! Ainda bem que ja existe uma ONG denunciando o instituto pró-vida de Pernambuco.
Outro acontecimento que me deixou extremamente enojado aconteceu na cidade de Joinville e envolve a campanha política do candidato a prefeito Leonel Camasão. No programa eleitoral do candidato do PSOL é exibido um beijo entre dois homens. O video é muito bem produzido e prega a igualdade. A questão é que isso causou uma imensa polêmica ( apesar de que o vídeo ja havia sido transmitido em anos anteriores ) e despertou a opinião de muita gente, dentre elas, aquelas em que o preconceito vem disfarçado, sabe? Do tipo "não sou preconceituoso, mas...". Por favor, usou o 'mas' é preconceituoso sim! Só que o pior não foi isso. O editor de um jornal local lá de Joinville deu uma infeliz declaração sobre o programa eleitoral do candidato, dizendo: "Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel Camasão, do PSOL. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa. Gostaria de saber qual a necessidade de exibir suas preferências sexuais em público? Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo falta de decoro. E a "figura" quer ser prefeito e se diz jornalista". Só eu ri quando ele diz que "E a figura quer ser prefeito e ainda se diz jornalista"? Acho que o menos jornalista na história é o tal do editor desse jornal, que além de ser homofóbico declaradíssimo ( ou alguém acha que isso é homofobia disfarçada? ) parece não ter nenhum bom senso.
O PSOL teve um espaço de resposta no mesmo jornal e declarou:
"O candidato Leonel Camasão lamenta a postura do Jornal da Cidade e do colunista João Francisco, ao publicarem grave ofensa na edição de 31 de agosto. De maneira leviana, João Francisco ataca não só a campanha e a figura de Leonel, mas também, a toda população LGBT de nossa cidade. O ataque gratuito é uma grave ofensa aos direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas. Repudiamos tal atitude. Ao contrário do insinuado, Leonel se formou em jornalismo em 2008, na segunda melhor escola de jornalismo do Sul do Brasil à época. Tomaremos todas as medidas legais para coibir essa nefasta e preconceituosa prática deste jornal."
Aí o editor e colunista do jornal, o que havia dado a declaração infeliz, respondeu à declaração do PSOL tentando disfarçar a sua homofobia, porém não tendo sucesso. Usou daquele argumento de "não sou homofóbico, até conheço uns gays e os trato com respeito". Mais do mesmo, né?! E ele, que tem um neto pequeno, quando contestado sobre a possibilidade desse mesmo neto ser homossexual, disse: "Tenho certeza de que ficaria muito infeliz, vai ser uma tristeza, mas eu o amo, não vou deixar de amar meu neto jamais, ele é meu sangue". E ainda vem dizer que não é homofóbico? Sério? Nós estamos cansados do cinismo desses que não se dizem preconceituosos mas demonstram imenso asco não sendo nada sutis quando o assunto é posto em pauta. E estamos mais cansados ainda dessa homofobia que parece não ter fim.
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